Nike Zoom Fly 5

Se está a pensar em dar o salto para a placa de carbono para os seus dias de competição ou se precisa de uma sapatilha para os treinos de velocidade ou ritmos controlados, já deve ter reparado como o novo modelo Nike, o Zoom Fly 5, surgiu com força entre os corredores que confiam na marca americana. Apoiado por quatro boas gerações de antecessores, o quinto sapatilha desta linha rompe com tudo o que foi estabelecido para este modelo.

A primeira coisa que salta à vista quando se vê o sapatilha de running pela primeira vez é o seu aspeto sobredimensionado. Longe vão os dias em que a sapatilha era uma extensão do pé e agora, com muito mais proteção lateral e da entressola, a sapatilha Zoom Fly 5 pode parecer um modelo "desajeitado", mas uma vez nos pés, essa sensação é reduzida para quase impercetível. A sapatilha pretende funcionar como um flyer com a estética e a proteção dos modelos mais rolantes da marca.

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Uma vez nas suas mãos, pode notar claramente que este não é um modelo leve se o compararmos com as edições anteriores. A justificação para este facto pode ser encontrada em vários pontos da construção do sapatilha. Se compararmos a sola exterior, esta nova geração apresenta uma sola de borracha em duas partes, enquanto que na Zoom Fly 4 a construção deste modelo era idêntica à do Vaporfly, que quase não tem reforço no calcanhar. Outra razão para o aumento de peso é a construção da parte superior. Na geração anterior encontrámos menos proteção, um material semelhante ao neoprene que envolvia o pé e uma parte superior menos reforçada nos pontos críticos de desgaste do que a nova Nike Zoom Fly 5

Com as boas impressões deste modelo nas suas quatro gerações anteriores e com a intenção de obter uma sapatilha reactiva para treino e competição como complemento das Nike Vaporfly, decidi experimentar este modelo que, como iremos detalhar mais à frente, é composto na sua entressola por espuma Zoom X.

Esta é sem dúvida a maior mudança em relação às gerações passadas. Uma espuma que proporciona uma reatividade e leveza extra, mas que, graças à combinação desta Zoom X com a espuma SRO2, tem uma vida útil muito mais longa do que outros modelos da marca com este composto.

Para que tipo de corredores são as Nike Zoom Fly 5?

Este modelo é destinado a corredores de baixo e médio peso, até aproximadamente 80 quilos. Neste modelo Nike, apesar de ser construído sobre uma entressola Zoom X, apresenta menos deformidade na pegada do que modelos como o Vaporfly Next % ou Alphafly Next %. A razão? Precisamente por causa do Zoom X.

Nesta quinta geração da linha Zoom Fly, encontramos a espuma Zoom X Scrap, um composto mais rígido do que as suas irmãs mais velhas, que oferece uma grande estabilidade na passada e é construído com materiais reciclados. Finalmente, essa sensação de estabilidade que, como dissemos, é aumentada em relação às suas antecessoras, tem o seu ponto mais alto na espuma SRO2, um material que serve para aumentar a durabilidade de uma entressola que, se não fosse esta nova incorporação, mal ultrapassaria os 400 quilómetros de vida útil.

Este modelo destina-se a passos rápidos, dias de séries ou ritmos controlados. Por esta razão, as melhores sensações com este sapatilha são em situações em que o quilómetro é inferior a 4:00 minutos, acima disso, pode até ser desconfortável devido à placa de carbono.

A sua combinação com a entressola de espuma resulta numa sapatilha muito rígida, ao ponto de dificultar a flexão com a mão ou mesmo com a própria passada se for um corredor leve e não gerar força suficiente na sua passada para dobrar a sapatilha e assim tirar o máximo partido da performance destas Zoom Fly 5.

Pessoalmente, encontrei a melhor sensação de propulsão e conforto apenas abaixo dessa barreira e à medida que se progride na quilometragem de treino. Acima destes ritmos, o sapatilha não é tão agradável, mas se gosta de ter uma sensação de rigidez ou se tem um peso médio, este é o seu sapatilha também para ritmos até 4:30 minutos por quilómetro.

Principais características Nike Zoom Fly 5

Acimadesta barreira existem modelos que se adaptam muito melhor a estas necessidades. Isto não significa que Zoom Fly 5 não sejam adequadas para ritmos mais elevados, mas sim que poderá não ter uma sensação melhor do que com outros modelos ou poderá simplesmente não conseguir tirar o máximo partido do desempenho desta sapatilha que, por sinal, é muito boa.

Da mesma forma que a ritmos médios existem melhores opções, quando expomos a sapatilha a ritmos mais elevados ela torna-se demasiado estável, com demasiada proteção e não se sente tão ágil como os modelos concebidos exclusivamente para competição. Só encontrei esta sensação em ritmos de séries rápidas, em torno do 3:00 minutos por quilómetro, mas sem dúvida que são uma excelente opção para ritmos de competição controlados, em distâncias muito explosivas este modelo tem demasiada estabilidade e controlo.

Para que distâncias recomendamos Nike Zoom Fly 5?

Ao longo das minhas saídas com este novo modelo, experimentei sensações diferentes consoante a distância. Embora este modelo esteja concebido para séries ou ritmos controlados, pessoalmente encontrei as melhores sensações em corridas mais longas.

Por isso, penso que é um sapatilha ideal para distâncias médias, a partir dos dez quilómetros e até à meia maratona, e mesmo para os corredores com baixo peso e boa técnica, em distâncias mais longas. Nas distâncias curtas, como já referi acima, esta estabilidade extra que é apreciada em ritmos confortáveis e controlados, penaliza quando os esforços são muito intensos e em distâncias curtas. Apesar disso, este modelo cumpre mais do que o seu objetivo e não sentirá falta de ter um modelo exclusivo de competição sob os seus pés.

O que mais gostámos nas Nike Zoom Fly 5

Sem dúvida que o que mais gostei e me surpreendeu neste modelo é a sua capacidade de oferecer resposta em corridas superiores a 10km e a reatividade da entressola, que sem ser igual à das suas irmãs mais velhas, é mais do que aceitável para uma sapatilha cujo preço inicial não ultrapassa os 160€.

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Embora aumente o peso do sapatilha, a sensação de proteção na pisada é um valor seguro para corridas mais longas. A reatividade da sola exterior é muito competitiva no mercado graças ao Zoom X e à placa de carbono e, embora tenhamos de esperar como se degrada com o passar dos quilómetros, as sensações melhoram com cada quilómetro até se tornar um sapatilha muito agradável de usar, eliminando a sensação de extrema rigidez das primeiras saídas.

Outro ponto forte é o ajuste. A proteção na zona do calcanhar é máxima e o ajuste é perfeito, um dos pontos fortes da quarta geração. Este apoio é complementado pela zona do peito do pé, composta por um corte clássico e uma língua acolchoada, que mantém o pé perfeitamente dentro do sapatilha e o fixa para que não se mova durante a corrida. Outro ponto positivo é que na zona do metatarso há mais espaço do que nas edições anteriores e a sensação de pressão nessa parte do pé desaparece.

Oportunidades de melhoria na Nike Zoom Fly 5

Mas nem tudo é positivo neste modelo. Sem dúvida que o ponto que mais precisa de ser trabalhado é a sola exterior. A nova composição, semelhante à que podemos encontrar no Nike Zoom X Invicible Run Flyknit 2, não oferece segurança quando o solo está molhado ou em condições de chuva.

A sapatilha escorrega e em séries onde a velocidade é elevada chega a gerar situações de insegurança em curvas ou curvas apertadas quando se corre no asfalto, algo que não acontece em modelos de competição direta. Quando a nossa corrida está seca não tenho tido problemas com este ponto, por isso se vive numa zona com pouca precipitação é uma opção muito interessante para completar o seu guarda-roupa.

A concorrência direta deste modelo é, sem dúvida, o Boston 10 e 11 da Adidas, embora não seja o único sapatilha que a marca alemã tem de olhar para analisar a concorrência direta. ASICS tem um modelo com características semelhantes, o ASCIS Magic Speed 2.

Com que modelos podemos comparar as Nike Zoom Fly 5?

Estas Nike Zoom Fly 5 podem ser comparadas com outros modelos no mercado, tais como:

adidas Adizero Boston 11

ASICS Magic Speed 2

HOKA Carbon X 3

Saucony Endorphin Speed 2

Conclusões finais das Nike Zoom Fly 5

A Nike Zoom Fly 5 é, sem dúvida, uma sapatilha mais versátil do que as gerações anteriores. A sapatilha ganhou estabilidade graças ao aumento da largura na zona do metatarso e do calcanhar. Este aumento proporciona uma sensação muito agradável em ritmos entre 3:20 e 4:00 minutos por quilómetro e permite que os corredores que não têm uma técnica de corrida apurada possam também usufruir do desempenho deste modelo.

Em relação à entressola, eu tinha a certeza que este Zoom X não ia ser tão reativo como os sapatilhas de corrida, e fiquei agradavelmente surpreendido neste aspeto. A combinação com a placa de carbono resulta numa sapatilha muito rígida, mais do que outros modelos da empresa, que à medida que se avança na quilometragem se suaviza para dar como resultado uma sapatilha muito agradável em passos altos. Além disso, a combinação de espumas faz com que não exista a deformação caraterística da entressola , o que permite abranger um leque mais alargado de atletas.

Pessoalmente, penso que é uma excelente opção para dias de quilómetros a ritmos controlados e competições em que se procuram sensações semelhantes às do dia da corrida. Para dias curtos e explosivos, pode sentir-se um pouco pesado e pouco ágil por vezes.

Em conclusão, penso que a nova Nike Zoom Fly 5 é uma sapatilha menos voadora que as edições anteriores e ganhou em conforto para correr a ritmos rápidos. O maior ponto negativo é , sem dúvida, a sola em condições de chuva ou humidade. Nike precisa de melhorar este aspeto se quiser competir com outros modelos concorrentes cujo ponto forte é precisamente a boa aderência.

Avaliação do testador RUNNEA

• Peso leve: 8
• Capacidade de resposta: 9
• Amortecimento: 10
• Estabilidade: 95
• Flexibilidade: 7
• Aderência : 6