O facto de o mês de agosto ter terminado não significa que o verão tenha acabado, mesmo que tenhamos essa sensação; e menos ainda, o bom tempo. Uma circunstância que podemos aproveitar para programar sessões de treino na praia para melhorar o nosso desempenho como corredores. No entanto, devemos ter em mente que correr na areia tem seus prós e contras; é por isso que Runnea vai falar sobre isso.
Se tiver a sorte de viver, ou mesmo de estar de férias, numa zona costeira e perto da praia, é um verdadeiro privilegiado, porque a areia da praia é um ótimo local para acompanhar os seus progressos como corredor. "Trabalhar na praia, tendo em conta as diferentes superfícies que aí se encontram, pode ser muito benéfico ou totalmente contraproducente, dependendo da utilização dessas superfícies e dos objectivos que se tem", salienta Iker Muñoz, diretor desportivo da Runnea.
É evidente que o primeiro pormenor a destacar se centra no facto de que a alternância de superfícies de treino não só é benéfica para os corredores, como também é uma secção recomendada, que contribui diretamente para a progressão do corredor, a fim de alcançar os seus objectivos desportivos.
De facto, no caso específico do treino na areia da praia, alguns dos pontos em que nos podemos concentrar, enquanto corredores, para alcançar uma melhor condição física, podem ser resumidos em três secções relevantes:
Mas há uma nuance a acrescentar: "Trabalhar na praia, tendo em conta as diferentes superfícies que se encontram na praia, pode ser muito benéfico ou totalmente contraproducente, dependendo da utilização dessas superfícies e dos objectivos que se tem", diz Iker Muñoz.
Desta forma, estabelecer um programa de treino específico na praia leva-nos a ter objectivos bem definidos e claros. Dito isto, "uma frequência de duas sessões por semana, mas que são implementadas no nosso plano de treino individualizado comocomplemento ao treino em asfalto, pista ou similar, pode ser o mais adequado", recomenda o nosso treinador pessoal.
Assim, e em termos gerais, falamos das vantagens de treinar na praia devido às diferentes superfícies que se apresentam, tais como: areia compactada, areia mole e areia seca, pois "permite-nos jogar com este tipo de superfícies para proporcionar diferentes estímulos aos nossos músculos e articulações. Pedindo uma maior capacidade contrátil para o mesmo movimento, minimizando o impacto (na areia seca), etc.", explica Iker Muñoz.
No entanto, em termos de desvantagens, "a praia, por vezes, não nos permite manter um ritmo semelhante ao que corremos no asfalto, com declives, mudanças de superfície, entre outros; e, por vezes, é impossível manter um ritmo contínuo devido a obstáculos, etc.", salienta Muñoz.
Também é importante não perder de vista o facto de que "o treino excessivo neste tipo de superfície pode fazer-nos perder adaptações, especialmente na capacidade de armazenar e devolver energia ao tendão. Desta forma, o regresso ao asfalto será mais difícil", salienta este experiente treinador, que aproveita também para fazer a clara recomendação de alternar o treino na praia com o treino em diferentes superfícies.
Indo direto ao assunto, esta é uma das questões que todos os corredores se colocam quando chegam ao passeio da praia, prontos para suar: é melhor correr descalço ou usar sapatilhas de running?
A este respeito, e como salienta um dos nossos treinadores da Academia Runnea, correr descalço ou com sapatilhas de corrida na areia "são duas opções aceitáveis, desde que sejamos claros quanto ao objetivo do treino e à sua duração. Por exemplo, correr sem sapatilhas de corrida em areia compactada (geralmente perto da costa), inclinando-se para baixo, fará com que o impacto nas nossas articulações seja ainda maior", diz Muñoz, que também salienta que "por outro lado, correr descalço, fazendo exercícios de técnica ou propriocepção em areia seca, pode ser um complemento perfeito para uma sessão de treino".
Apesar de correr descalço ou com sapatilhas de corrida não serem opções mutuamente exclusivas, a recomendação que fazemos a partir da Runnea só pode ser que tenha em conta quando praticar uma ou outra; e claro, aplique o bom senso, e não abuse de uma única superfície.
"Mais do que o exercício em si, é a utilização do meio que vai ajudar a melhorar a corrida. Por exemplo, um exercício de skipping, com deslocamento, com a água até aos tornozelos, obrigá-lo-á a levantar mais o joelho. Ao mesmo tempo, a utilização de areia seca vai exigir um maior envolvimento dos músculos do pé", diz Iker Muñoz.
A areia e a água podem constituir uma resistência ao progresso, pelo que a utilização destes meios pode ser de grande interesse para uma pessoa que esteja a recuperar de uma lesão.
E, finalmente, outro capítulo que não deve ser deixado de lado, e que está associado ao treino de praia para corredores, refere-se ao processo de recuperação de lesões, porque "em momentos específicos de um período de recuperação, o fisioterapeuta ou fisioterapeuta pode usar as diferentes superfícies de uma praia para dar certos estímulos à articulação ou musculatura danificada. A areia seca pode ser uma excelente forma de minimizar o impacto ou reduzir a tensão gerada no alongamento de um tendão ao fazer diferentes movimentos, por exemplo", diz o diretor desportivo da Runnea.
Em suma, não hesite em aproveitar os bons dias que se aproximam neste mês de setembro, e antes da chegada do outono, e complemente o seu plano de treino individualizado com sessões de treino na areia da praia, sempre que a tiver ao seu alcance, e melhore assim o seu desempenho a longo prazo.