Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social da running

Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social da running
Gorka Cabañas
Gorka Cabañas
Jornalista e diretor de marketing e conteúdos RUNNEA
Publicado em 29-07-2024

É um facto que running evoluiu para um fenómeno social. Basta olhar para as suas origens como uma atividade física praticada principalmente por atletas e militares. Nas décadas de 1960 e 1970, com a ascensão da cultura do fitness nos Estados Unidos e a popularização de eventos como a Maratona de Nova Iorque, a corrida começou a ganhar popularidade entre o público em geral. Jim Fixx, autor do best-seller"The Complete Book of Running" (1977), desempenhou um papel importante neste movimento, promovendo running como um meio acessível de melhorar a saúde e a qualidade de vida no continente americano.

A prática da running tem continuado a crescer desde então. Em cada década, cada vez mais pessoas aderiram à corrida não apenas como uma forma de exercício, mas como um modo de vida. running provou ser uma atividade física versátil e acessível que não requer um grande investimento financeiro ou equipamento sofisticado, o que contribuiu para a sua popularidade global. Mas o que estamos a viver agora ultrapassa o conceito de running e desporto. Estamos a falar de um movimento ligado à socialização. Bem-vindo ao Tinder mais saudável, inscreva-se para running e faça ummatch.

Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social da running

A pandemia e a ascensão do running social

A pandemia de COVID-19 desempenhou um papel fundamental nesta transformação. Com os ginásios fechados e as actividades sociais limitadas, muitas pessoas viraram-se para a running como uma forma segura e eficaz de se manterem activas. O que muitos não previram, no entanto, foi a forte componente social que acompanharia esta atividade.

Correr libre tornou-se um escape, uma forma de lidar com o stress do confinamento e de se relacionar com outras pessoas de uma forma segura. As redes sociais e as aplicações running, como o Strava, o Nike Run Club ou a nossa aplicação RUNNEA, permitiram que os corredores populares partilhassem as suas conquistas, percursos e experiências, criando comunidades virtuais de apoio e motivação.

Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social da running

ClubesRunning: os novos espaços de socialização e muito mais


Mas os clubes de corrida também surgiram como verdadeiros epicentros de socialização. Laura Bernabé, uma criadora de conteúdos de 29 anos de Salamanca, juntou-se a um clube running à procura de uma comunidade com interesses semelhantes quando se mudou para Madrid. "Inscrevi-me para correr e também para conhecer pessoas novas", diz Laura. "E a verdade é que o que encontrei foi um grupo de amigos que transcende a parte desportiva".

Histórias como a de Laura repetem-se um pouco por todo o mundo. Em cidades como Barcelona, Londres, Nova Iorque ou Los Angeles, os clubes de corrida não só promovem a atividade física, como também funcionam como plataformas para estabelecer novas amizades e até relações românticas. Estes clubes organizam corridas de grupo e eventos sociais, como encontros em bares locais após as corridas, que incentivam a interação. Um exemplo muito evidente em Espanha é a Brooks e a sua Brooks Afterwork Run. Um espaço onde vemos como, para além de correr, as pessoas se divertem com música, petiscos e boas vibrações.

Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social do running

As marcas desportivas e o boom da running

As marcas desportivas souberam capitalizar o boom do social running. Praticamente todas as grandes marcas desenvolveram linhas produtos que não só melhoram o desempenho, como também reflectem as tendências da moda e do estilo. sapatilhas de running tornaram-se símbolos de estatuto e de auto-expressão, e as colaborações com designers de moda levaram os ténis de corrida a novos patamares em termos de popularidade e, acima de tudo, de desejo. Marcas como a Adidas, por exemplo, transformaram modelos de running icónicos, como a saga Adidas Ultraboost, em sneakers e sapatilhas de vestuário da moda, para além da sua utilização para correr.

Além disso, estas marcas fomentaram a comunidade, organizando eventos e desafios virtuais que ligam corredores de todo o mundo. As campanhas de marketing destacam frequentemente histórias inspiradoras de corredores, o que não só promove produtos, como também reforça o sentido de comunidade entre os utilizadores. Outro exemplo é a comunidade Adidas Runners em diferentes cidades do mundo.

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Bem-estar emocional através da running

A corrida não só proporciona benefícios físicos, como também desempenha um papel fundamental no bem-estar emocional. O exercício regular liberta endorfinas, conhecidas como as "hormonas da felicidade", que melhoram o humor e reduzem o stress. Para muitos, correr tornou-se uma forma de meditação em movimento, um momento para limpar a mente e ligar-se a si próprio.

Correr libre também oferece a oportunidade de desfrutar da natureza, o que tem efeitos positivos adicionais na saúde mental. Estudos demonstraram que passar tempo em ambientes naturais pode reduzir os níveis de stress e melhorar o bem-estar emocional. Num mundo cada vez mais digital e urbanizado, estes momentos de ligação com a natureza são mais valiosos do que nunca.

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A ciência por detrás da running social

A ciência apoia a ideia de que o desporto, e running em particular, podem promover eficazmente as relações sociais. Um estudo da Sloan School of Management do MIT revelque os treinos podem ser socialmente contagiosos. Analisando dados de uma rede social global de rotinas de exercício, os investigadores descobriram que os corredores tendem a influenciar-se mutuamente em termos de frequência, distância e velocidade dos seus treinos. Se um corredor aumenta o seu tempo de treino em 10 minutos, os seus amigos tendem a aumentar o seu próprio treino em cerca de três minutos.

Esta influência social promove um ambiente de apoio e motivação, em que cada membro do grupo se esforça por melhorar e atingir os seus objectivos. Este tipo de competição amigável e o desejo de não ser deixado para trás leva os corredores a melhorarem constantemente, mas sem a pressão de vestir um dorsal.

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Para além disso, o exercício em grupo cria um sentimento de pertença e de comunidade. As endorfinas libertadas durante o exercício não só melhoram o humor, como também aumentam a sociabilidade, tornando as pessoas mais abertas e receptivas a novas ligações. Correr em conjunto implica partilhar uma experiência de vulnerabilidade e esforço, o que reforça os laços ao gerar empatia e admiração mútua. Um ambiente que pode, sem dúvida, fomentar relações para além das puramente ligadas à running...

A prova científica do impacto social da running

Se ainda não acredita, damos-lhe mais alguns factos. O impacto da running nas relações sociais é comprovado pela investigação científica. De acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications, o comportamento de exercício físico pode ser influenciado pelas ligações sociais. Os investigadores descobriram que a atividade física de uma pessoa pode ser significativamente influenciada pela atividade dos seus amigos e contactos nas redes sociais de exercício. Este fenómeno, conhecido como "contágio social", sugere que, estando num ambiente em que a atividade física é a norma, as pessoas ficam mais motivadas para se manterem activas.

Outro estudo da Universidade de Oxford concluiu que os desportos de equipa e as actividades físicas de grupo, como a running clubes, podem aumentar a coesão social e o sentido de comunidade. Aparentemente, os participantes em actividades físicas de grupo apresentam níveis mais elevados de satisfação com as suas vidas e uma maior ligação às suas comunidades, em comparação com os que praticam desporto individualmente.

Agora já sabe que running pode ser um poderoso catalisador para formar e reforçar relações sociais. Não lhe parece uma boa desculpa para calçar as sapatilhas e ir correr?

O futuro da running social

Adeus Tinder, olá running: o fenómeno social da running

Embora tenhamos ouvido dizer que o número de corridas tem vindo a diminuir, as vendas de sapatilhas de running têm vindo a crescer de forma constante. running social está a mostrar sinais de aceleração. As marcas desportivas continuarão a explorar novas formas de integrar running na moda e na cultura popular, desenvolvendo produtos personalizados e sustentáveis que apelam a um público cada vez mais vasto.

Além disso, as infra-estruturas urbanas estão a adaptar-se para apoiar o crescimento da running. Cada vez mais cidades investem na criação de parques, trilhos e percursos seguros para os corredores, promovendo um estilo de vida ativo e saudável. Estas melhorias beneficiarão os corredores e também contribuirão para o bem-estar geral da comunidade, proporcionando espaços verdes e acessíveis a todos.

Mas não é só isso. Na Europa, já estamos a ver como a cultura running para além da corrida continuará a crescer. Conhecer pessoas, procurar novas experiências, sentir-se parte de um grupo, se o combinarmos com a saúde e o bem-estar e o complementarmos com moda que aumenta a ligação ao nosso desporto, só pode resultar numa coisa... Viva a running social. Adeus Tinder, olá running.

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Gorka Cabañas

Gorka Cabañas

Jornalista e diretor de marketing e conteúdos RUNNEA
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Diretor de conteúdos da RUNNEA. Licenciada em Ciências da Informação pela Universidade do País Basco (2000). Especializado em material desportivo. Trabalhou em El Mundo Deportivo, Grupo Vocento (El Correo) e colaborou em várias publicações desportivas especializadas. Corredor popular de 10k, 21k e maratona.