Tenho a certeza de que também acontece consigo - é frequente encontrarmos corredores que, sem seguirem um regime de treino rigoroso ou uma dieta equilibrada, conseguem superar-nos nas corridas ou nos seus recordes pessoais. E isto leva-nos a uma questão fundamental: até que ponto é que a nossa genética determina o nosso desempenho running? Na RUNNEA queremos não só explorar a influência genética nas nossas capacidades de corrida, mas também oferecer um guia para compreender como podemos utilizar este conhecimento em nosso benefício.
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Ir al recomendadorA genética é o conjunto de instruções que nos tornam únicos, influenciando tudo, desde a nossa aparência física até às nossas capacidades atléticas. No contexto da running, certos genes desempenham um papel crucial na determinação do nosso desempenho e potencial atlético. A compreensão destes aspectos genéticos permite-nos adaptar melhor as nossas estratégias de treino e corrida.
A genética determina a distribuição dos tipos de fibras musculares no nosso corpo, o que é fundamental para o desempenho em diferentes tipos de corrida:
O VO2 max, que mede a quantidade máxima de oxigénio que o corpo pode utilizar durante um exercício intenso, é um indicador chave da capacidade de resistência. Embora o treino possa melhorar o VO2 max, existe um limite superior determinado geneticamente. Compreender este limite pode ajudar os corredores a definir objectivos realistas e a otimizar o seu treino para maximizar o seu potencial genético.
A eficiência com que o nosso corpo produz e utiliza energia, especialmente durante o exercício, é influenciada pela nossa genética. Isto inclui a produção de ATP, a "moeda energética" do corpo. Alguns corredores têm uma predisposição genética para metabolizar a energia de forma mais eficiente, o que lhes dá uma vantagem em actividades de resistência.
Dois genes destacam-se pela sua relevância no desempenho dos corredores:
Quando olhamos para os atletas de elite, especialmente nas maratonas, notamos uma concentração de talentos em regiões como o Quénia ou a Etiópia. Estudos genéticos identificaram variações específicas nestas populações que se correlacionam com um desempenho de resistência superior, realçando a importância da genética no potencial atlético.
Compreender as suas predisposições genéticas não significa aceitar um destino imutável. Pelo contrário, este conhecimento permite-lhe personalizar o seu treino para tirar partido dos seus pontos fortes naturais. Se os seus genes favorecem a resistência, concentrar-se no treino de resistência e na corrida de longa distância pode ser mais benéfico. Por outro lado, se tiver uma predisposição genética para a corrida de velocidade, a incorporação de treinos intervalados e exercícios de força pode melhorar a sua velocidade e força.
Para determinar se o seu corpo está mais apto para correr uma 10K ou uma maratona, pode considerar várias abordagens que combinam tudo, desde a autoavaliação a testes fisiológicos e, se possível, análises genéticas. Eis como o pode fazer:
- Historial de treinos e corridas: Veja os seus resultados anteriores em diferentes distâncias. Se tiver tendência para obter melhores tempos ou se sentir mais confortável em distâncias mais curtas, como 10K km, isso pode ser uma indicação da sua inclinação natural.
Considere como se sente durante e após as corridas. Se recuperar rapidamente de esforços curtos e intensos, poderá ter uma maior tendência para os 10K.
- Resposta ao treino: Avalie a forma como o seu corpo responde a diferentes tipos de treino. Se se dá melhor com treinos de velocidade e intervalados, pode ter uma predisposição para corridas mais curtas.
Se se destaca em treinos de resistência e longas distâncias, pode ter uma inclinação natural para maratonas.
- Teste de VO2 máx: Este teste mede a quantidade máxima de oxigénio que o corpo consegue utilizar durante um exercício intenso. Um VO2 max mais elevado é geralmente benéfico para a corrida de longa distância.
- Testes de lactato: Estes testes determinam a forma como o seu corpo lida com o lactato durante o exercício. Uma boa tolerância ao lactato e uma boa gestão do lactato são cruciais para corridas de longa distância, como as maratonas.
Existem testes genéticos específicos que podem fornecer informações sobre a composição das fibras musculares e outros factores relacionados com o desempenho em diferentes distâncias.
Estes testes podem identificar variantes genéticas associadas à resistência ou à velocidade.
Por vezes, a preferência pessoal e a motivação podem ser tão importantes como a predisposição física. Se gostar mais de uma distância do que de outra, isso pode influenciar significativamente o seu desempenho.